sábado, 29 de março de 2014

FILHO DOS ASTROS




não sou filho do homem
 em todos os planetas
sou o filho do sol 
em todas as constelações
o germe do trigo
florescendo sem medo
o voo livre no horizonte...
sem o tempo




Luís A.Rossetto de Oliveira
Blogger A Rosa do Fim do Mundo
foto de Bruno Berretta

domingo, 23 de março de 2014

Não serão mais inúteis os versos...



















Não serão mais inúteis os versos:
Declamados ao romper da alvorada,
Aos braços da mulher amada...
Sob as incontáveis estrelas e da lua torta!
Sonhei outro País, outro Continente
Outro derradeiro Universo!
Não cabe mais aos homens deter
A chegada triunfante da primavera...
E não se derramará mais inutilmente
O imaculado sangue sobre a terra.
Ouviremos os cantos da passarada,
Trazendo-nos inesperados ventos: 
Os aromas esquecidos no outrora...
Em qualquer canto haverá mais encanto,
Como se fosse a paz desabrochando:
Numa flor do campo que nunca morre,
Trazendo consigo a esperança fúlgida
Resplandecendo, inesperadamente,
Ao poente findando a madrugada!
E todos seremos de novo crianças,
Brincando sem medo na beira da aurora,
E perseguiremos os nossos sonhos:
Não serão mais inúteis os versos
Inocentes declamados por agora!



imagem retirada da internet:

http://ozieloficial.blogspot.com.br/2011/05/eu-e-voce-vivendo-sob-uma-lua-de-papel.html

terça-feira, 18 de março de 2014

há um compasso de espera no coração...










Há um tempo de nascer, outro de morrer...
E no lacônico intervalo, o resistir!
Onde os corpos se encontram aflitos
Procurando o amor no entender dos fluidos.
Há um tempo de crescer, outro de aprender....
Conhecer o amor em sua plenitude,
E fazê-lo, sempre, seu perene abrigo!
Há um tempo de ganhar, outro de perder...
E de fazer, sem querer, da esperança:
Seu modo peculiar cotidiano de vida!
Há um tempo de chegar, outro de partir...
Sendo que aquilo que vivemos com ardor,
No passar das breves estações, fica
Nas boas lembranças que se leva consigo!
Há um tempo de cultivar, outro de ceifar...
De valer todo o suor por ter arado a terra;
Semeando os sonhos e vendo-os refletidos
No sorriso descontraído e sem pressa do filho.
Há um tempo de florir, outro de renunciar...
Onde a seiva da vida ainda nos possui,
Sendo um néctar precioso que se esvai...
E, inefavelmente, um dia finda!





domingo, 16 de março de 2014

Debaixo do pé de romã
















                                                À Emília Rossetto







De não saber que tão feliz eu era...
E de lembrar sempre com alegria,
No simplesmente tomar o chá:
Tão doce de erva cidreira,
Com seu bolinho de fubá
Debaixo do Pé de Romã...
Jogando conversa fora!


De tardezinha...
Brincando eu, inocentemente,
De soldadinho ou de búrica,
Sob os olhos atentos de minha Avó:
Debaixo do Pé de Romã...
Sob sua generosa sombra:
Abrigando a derradeira infância,
E acalentava os sonhos impossíveis
Vindos do futuro sem demora!


Não mudei nada... Apenas continuo sendo
Aquele menino, ainda faceiro, e fico:
Debaixo do Pé de Romã...
Esperando, finalmente, o ocaso:
Aromas e sabores que não me saem
Das lembranças trazidas do outrora...
Faz-me sentir e não esquecer:
- Quão feliz sem saber eu era!









Quando quiseres encontrar o amor!

















Quando quiseres encontrar o amor!
esteja altivo e esperançoso...
Num estado sublime de mansidão:
onde estarás preparando o teu coração,
para algo  indecifrável
algo ainda sagrado, intocado
semente ainda fértil da paixão...
Deixe todas as sensações
estar em seu ápice, culminando
como uma  eterna erupção.
Lembre-se o amor não brotará
sempre em vosso caminho
Colha-o e guarde-o  profundamente:
O amor vem em raras estações!

sábado, 15 de março de 2014

canto da terra viajando












As flores do mal não brotaram
Sob os teus olhos inocentes,
Nem os sacerdotes do medo
Abafarão com seus cânticos
Os hinos de liberdade.
Nem as profundezas da escuridão
Conterão as luzes dos teus olhos:
Plantadores de quimeras.
Seguiremos impassivelmente,
Apesar das inesperadas tormentas
Nesta nave celestial errante
- Singrando este divino oceano,
Indo de encontro ao porto seguro
Do seu coração de eterna criança.



Tela by Bartolome Esteban Murillo







O SOL











Democraticamente... aparece
num céu anil, sem fronteiras,
sem querer nada em troca.

No momento certo... aparece
como se soubesse
que é indispensável na alma
e no metabolismo.

Transformou a noite em dia
e, como não bastasse,
fez de lambuja, depois da chuva,
um arco-íris.

E a rosa
que não queria abrir, abriu.
E o passarinho
saiu da toca cantarolando,
partiu.

E o dia que era triste
ficou alegre,
apesar de tudo.

E o sol
ainda brilha,
apesar de tudo.








ALGUÉM QUE TRAGA O SOL




Não, não há
alguém que possa trazer
o amor que fugiu de mim.
Só você que me faz
sentir.

Não, não há
alguém que possa acender
a chama que findou
dentro de mim.
Só você faz arder
de novo o viver
dentro de mim.

Sei que você está a esperar
alguém que traga o sol
toda manhã.
Sei que você vai encontrar.
Não se esqueça de mim.

sexta-feira, 14 de março de 2014

O AMOR...








O amor.
Não nasce assim... de surpresa.
Ele é fruto de sinceridades
mutuamente sentidas.

É todo um magnetismo
na ofuscante descoberta
em que a cada troca de olhar
verifica-se o amor crescendo.

Não é apenas um tocar.
É também um eterno
pensar e sentir.

É todo um ato de confiança:
um entregar por inteiro,
sem ter que temer o falso amor.

TEU OLHAR










Reencontrei em teus olhos
o brilho duma estrela
perdida no infinito.
Deixamo-la fugir, por displicência,
com os sonhos de toda uma geração.

Então, dos muros e grades
libertei esta rosa
na tentativa de merecer
esse teu brilho
infinitamente próximo.

Teu Sonho Não Acabou - Taiguara - Melhor Qualidade

Canto do Uirapuru