domingo, 20 de julho de 2014

saudades do futuro

























À  FERNANDO OLIVEIRA



Já pensei reimplantar o futuro*
Reinventar a tão esperada esperança...
Ampliar, inexoravelmente, os horizontes
Alargar os espaços, que hoje são tão findos
Difundir no agora, sem o medo: a alegria
E desvendar o sentido exato da paz!

Indubitavelmente...
Com isso, reconstruiremos
Os nossos sonhos, os sorrisos,
Até aquele beijo roubado.
Todos renovaremos os espíritos
Sem distinção, pois aqueles que crêem
Encontrarão a razão de seguir o caminho...
As pegadas no chão: rumo a rota estelar;
- Deixando a obsoleta matéria à beira do destino!

E definitivamente...
O universo entrará em comunhão,
E a natureza atingirá sua perfeição,
Com uma infinta justiça derramada
Em todos os cantos e rincões da Terra!
Mas nada... Nada disso importa:
Se não nos dermos as mãos,
Se não tiver você em meu coração.


*trecho poema de Fernando Oliveira

domingo, 6 de julho de 2014

A Rosa do inicio do mundo





















A, Luís António Rossetto 





Pintem-me esse céu de amarelo canário 
E o sol de verde
Ponham o paraíso ao alcance duma nau

Transformem o homem em colhedor de frutos
A mulher em coleccionadora de flores
E os bebés em jardineiros

Rebobinem tudo a partir da primeira imagem
E saberão que o homem é filho da Rosa e do Lírio
Saído duma bebedeira de mel em combustão 

Ab-roguem deuses e mitos do mal e do bem
Abdiquem do passado e do futuro
Usem velas de linho branco no alto do vosso mastro

Naveguem nos caminhos que os poetas traçaram
Visitem os virgens jardins das crianças do amor
Concebidas pela canção dos pais da humanidade.

Fernando Oliveira

domingo, 20 de abril de 2014

Carlitos








A Carlos Roberto Rossetto, meu tio


Quero o desabrochar das flores,
Néctar roubado,
Num campo sem fim.

Quero o sorriso das crianças,
Brincando sempre,
Em qualquer jardim.

Haverá um tempo
Em que todos se abraçarão
Num picadeiro universal.

Haverá um tempo
Em que serei o palhaço:

Deus encarnado em mim.








segunda-feira, 14 de abril de 2014

bons tempos....








Bons tempos que eram...
Papagaios no ar e estilingues na mão:
Não era para matar passarinho, não!

Havia cirandas...
Com meninas de tranças
E a gente sempre contente!

Mas, hoje a modernidade chegou:
Não há mais Pierrot e Colombina
E sem perceber o tempo passou...

Onde ficou a perdida ilusão
Da nossa saudosa esperança:
Em que tudo não teria mais fim!

Bons tempos que eram:
As rosas tinham mais perfume
E as meninas mais amores...



Marília, outono de 1978.



Pierrot de Picasso:














Porta estandarte: Autoria de Geraldo Vandré e Fernando Lona


quarta-feira, 2 de abril de 2014

Não haverá mais tristezas...






Há de ter neste arraiá
A distribuição da riqueza
Vencerá toda a pobreza!
E não haverá mais a tristeza
Que sucumbirá toda a alegria!
Virá de qualquer maneira
Apesar de todas as asneiras
Que encontramos neste lugar!
Haverá tanta abundância
Preenchendo todas as instâncias
E não mais faltará mais o fruto
E o pão na mesa de nossas crianças:
Daqui em diante...
Só se preocuparão em brincar,
E de ver o tempo bom por passar.
Brotando de novo, a perdida esperança:
Não reinará mais a tristeza neste lugar!

pictures by
alfredo volpi








pictures by
alfredo volpi

made in brazil



https://www.google.com.br/search?q=bandeirinha+de+volpi&safe=active&espv=2&es_sm=122&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ei=6l88U920IeaT0gGzsoBo&ved=0CAgQ_AUoAQ#facrc=_&imgdii=_&imgrc=TmMGx15EzfraGM%253A%3BP0sUAsfpPhnTuM%3Bhttp%253A%252F%252Fwww.acervodearte.com.br%252Facervo%252Ffotos%252Ff3efc6c33ea6107143d63695e1ef512c.jpg%3Bhttp%253A%252F%252Fwww.acervodearte.com.br%252Facervo%252Fver_obra.php%253Facervo%253D2948%3B480%3B240







sábado, 29 de março de 2014

FILHO DOS ASTROS




não sou filho do homem
 em todos os planetas
sou o filho do sol 
em todas as constelações
o germe do trigo
florescendo sem medo
o voo livre no horizonte...
sem o tempo




Luís A.Rossetto de Oliveira
Blogger A Rosa do Fim do Mundo
foto de Bruno Berretta

domingo, 23 de março de 2014

Não serão mais inúteis os versos...



















Não serão mais inúteis os versos:
Declamados ao romper da alvorada,
Aos braços da mulher amada...
Sob as incontáveis estrelas e da lua torta!
Sonhei outro País, outro Continente
Outro derradeiro Universo!
Não cabe mais aos homens deter
A chegada triunfante da primavera...
E não se derramará mais inutilmente
O imaculado sangue sobre a terra.
Ouviremos os cantos da passarada,
Trazendo-nos inesperados ventos: 
Os aromas esquecidos no outrora...
Em qualquer canto haverá mais encanto,
Como se fosse a paz desabrochando:
Numa flor do campo que nunca morre,
Trazendo consigo a esperança fúlgida
Resplandecendo, inesperadamente,
Ao poente findando a madrugada!
E todos seremos de novo crianças,
Brincando sem medo na beira da aurora,
E perseguiremos os nossos sonhos:
Não serão mais inúteis os versos
Inocentes declamados por agora!



imagem retirada da internet:

http://ozieloficial.blogspot.com.br/2011/05/eu-e-voce-vivendo-sob-uma-lua-de-papel.html

terça-feira, 18 de março de 2014

há um compasso de espera no coração...










Há um tempo de nascer, outro de morrer...
E no lacônico intervalo, o resistir!
Onde os corpos se encontram aflitos
Procurando o amor no entender dos fluidos.
Há um tempo de crescer, outro de aprender....
Conhecer o amor em sua plenitude,
E fazê-lo, sempre, seu perene abrigo!
Há um tempo de ganhar, outro de perder...
E de fazer, sem querer, da esperança:
Seu modo peculiar cotidiano de vida!
Há um tempo de chegar, outro de partir...
Sendo que aquilo que vivemos com ardor,
No passar das breves estações, fica
Nas boas lembranças que se leva consigo!
Há um tempo de cultivar, outro de ceifar...
De valer todo o suor por ter arado a terra;
Semeando os sonhos e vendo-os refletidos
No sorriso descontraído e sem pressa do filho.
Há um tempo de florir, outro de renunciar...
Onde a seiva da vida ainda nos possui,
Sendo um néctar precioso que se esvai...
E, inefavelmente, um dia finda!





domingo, 16 de março de 2014

Debaixo do pé de romã
















                                                À Emília Rossetto







De não saber que tão feliz eu era...
E de lembrar sempre com alegria,
No simplesmente tomar o chá:
Tão doce de erva cidreira,
Com seu bolinho de fubá
Debaixo do Pé de Romã...
Jogando conversa fora!


De tardezinha...
Brincando eu, inocentemente,
De soldadinho ou de búrica,
Sob os olhos atentos de minha Avó:
Debaixo do Pé de Romã...
Sob sua generosa sombra:
Abrigando a derradeira infância,
E acalentava os sonhos impossíveis
Vindos do futuro sem demora!


Não mudei nada... Apenas continuo sendo
Aquele menino, ainda faceiro, e fico:
Debaixo do Pé de Romã...
Esperando, finalmente, o ocaso:
Aromas e sabores que não me saem
Das lembranças trazidas do outrora...
Faz-me sentir e não esquecer:
- Quão feliz sem saber eu era!









Quando quiseres encontrar o amor!

















Quando quiseres encontrar o amor!
esteja altivo e esperançoso...
Num estado sublime de mansidão:
onde estarás preparando o teu coração,
para algo  indecifrável
algo ainda sagrado, intocado
semente ainda fértil da paixão...
Deixe todas as sensações
estar em seu ápice, culminando
como uma  eterna erupção.
Lembre-se o amor não brotará
sempre em vosso caminho
Colha-o e guarde-o  profundamente:
O amor vem em raras estações!

sábado, 15 de março de 2014

canto da terra viajando












As flores do mal não brotaram
Sob os teus olhos inocentes,
Nem os sacerdotes do medo
Abafarão com seus cânticos
Os hinos de liberdade.
Nem as profundezas da escuridão
Conterão as luzes dos teus olhos:
Plantadores de quimeras.
Seguiremos impassivelmente,
Apesar das inesperadas tormentas
Nesta nave celestial errante
- Singrando este divino oceano,
Indo de encontro ao porto seguro
Do seu coração de eterna criança.



Tela by Bartolome Esteban Murillo







O SOL











Democraticamente... aparece
num céu anil, sem fronteiras,
sem querer nada em troca.

No momento certo... aparece
como se soubesse
que é indispensável na alma
e no metabolismo.

Transformou a noite em dia
e, como não bastasse,
fez de lambuja, depois da chuva,
um arco-íris.

E a rosa
que não queria abrir, abriu.
E o passarinho
saiu da toca cantarolando,
partiu.

E o dia que era triste
ficou alegre,
apesar de tudo.

E o sol
ainda brilha,
apesar de tudo.








ALGUÉM QUE TRAGA O SOL




Não, não há
alguém que possa trazer
o amor que fugiu de mim.
Só você que me faz
sentir.

Não, não há
alguém que possa acender
a chama que findou
dentro de mim.
Só você faz arder
de novo o viver
dentro de mim.

Sei que você está a esperar
alguém que traga o sol
toda manhã.
Sei que você vai encontrar.
Não se esqueça de mim.

sexta-feira, 14 de março de 2014

O AMOR...








O amor.
Não nasce assim... de surpresa.
Ele é fruto de sinceridades
mutuamente sentidas.

É todo um magnetismo
na ofuscante descoberta
em que a cada troca de olhar
verifica-se o amor crescendo.

Não é apenas um tocar.
É também um eterno
pensar e sentir.

É todo um ato de confiança:
um entregar por inteiro,
sem ter que temer o falso amor.

TEU OLHAR










Reencontrei em teus olhos
o brilho duma estrela
perdida no infinito.
Deixamo-la fugir, por displicência,
com os sonhos de toda uma geração.

Então, dos muros e grades
libertei esta rosa
na tentativa de merecer
esse teu brilho
infinitamente próximo.

Teu Sonho Não Acabou - Taiguara - Melhor Qualidade

Canto do Uirapuru